sexta-feira, 18 de julho de 2014

Derrubada de avião da Malásia levanta questões sobre sistema antiaéreo soviético Rússia e Ucrânia trocam acusações, mas pareceram concordar que o tipo de míssil era soviético

Com Rússia e Ucrânia trocando acusações sobre o aparente abate de um avião da Malásia, os dois países pareceram concordar em uma coisa: o tipo de míssil da era soviética que abateu o avião.
Mas apenas o fato de que um míssil SA-11 Buk, conhecido na Otan como “Gadfly”, acertou a aeronave e matou todas as 298 pessoas a bordo, não resolve o mistério de quem o disparou: a Rússia, a Ucrânia ou rebeldes separatistas de língua russa que possuíam o míssil em seus arsenais.
Provas circunstanciais apontam cada vez mais para os separatistas, dizem autoridades ocidentais e analistas, que indicam reivindicações rebeldes de que eles acertaram uma aeronave militar ucraniana aproximadamente pouco antes do abate do avião civil.
Acredita-se que os rebeldes tenham utilizado um sistema semelhante para abater uma aeronave Antonov AN-26 da Ucrânia, na segunda-feira (14).
Ainda é incerto se os mísseis da década de 1970, guiados por radar, teriam sido fornecidos pela Rússia ou tomados de forças ucranianas.
“Mesmo que saibamos o tipo do armamento, é impossível dizer de onde ele veio”, disse Samuel Charap, ex-oficial do Departamento de Estado norte-americano, e agora pesquisador do Instituto Internacional para Estudos Estratégicos em Washington.
Em 29 de junho, a agência de notícias russa Itar-Tass citou separatistas em Donetsk, leste da Ucrânia, não longe de onde o avião foi abatido, dizendo que eles haviam tomado controle de uma unidade de defesa aérea por mísseis, equipada com o sistema Buk.
O oficial do Ministério do Interior ucraniano Anton Gerashchenko disse após a derrubada do avião que o sistema antiaéreo Buk foi “gentilmente dado para os separatistas pelo [presidente russo Vladimir] Putin”. Moscou, no entanto, sugere que a Ucrânia foi a responsável.
A agência de notícias RIA Novosti, em Moscou, citou uma fonte dizendo que um batalhão do Exército ucraniano havia despachado um sistema Buk próximo a Donetsk um dia antes da queda do avião, e o míssil provavelmente veio desse sistema. A fonte disse que forças antigoverno no leste da Ucrânia não possuem o sistema Buk.
Caso os rebeldes possuam de fato o sistema Buk, eles não devem ser bem treinados em sua utilização e podem simplesmente ter identificado erroneamente o avião civil com uma aeronave militar ucraniana, disse Charap.
— É o tipo de cenário que se torna muito mais provável quando você dá um sistema de armamento sofisticado a pessoas sem treinamento e não dignas de confiança.
O procurador-geral da Ucrânia, Vitali Yarema, confirmou nesta sexta-feira (18) que os separatistas pró-russos não se apoderaram de seus sistemas de defesa antiaérea Buk que supostamente poderiam ter sido utilizados ontem para derrubar o avião malaio que caiu sobre Donetsk, no leste do país.
"Depois que o avião foi derrubado, os militares informaram ao presidente [ucraniano, Petro Poroshenko] que os terroristas não dispõem de nossos sistemas Buk e S300. Não se apoderaram dessas armas", assegurou Yarema ao jornal eletrônico Ukrainskaya Pravda.
Por outro lado, Andrei Purguin, um dos líderes da autoproclamada República Popular de Donetsk, também negou que os separatistas tenham se apoderado dos Buk.
Anteriormente, o Ministério da Defesa ucraniano negou que o Exército tenha utilizado alguma vez sistemas de defesa antiaérea no curso da operação antiterrorista lançada pelas autoridades em Kiev para recuperar o controle das regiões rebeldes pró-russas do leste do país.

Acessado em: http://noticias.r7.com/internacional/derrubada-de-aviao-da-malasia-levanta-questoes-sobre-sistema-antiaereo-sovietico-18072014
18/7/2014 às 11h24 

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