quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Currículo escolar deve levar em conta uso da internet

São Paulo – Uma pesquisa realizada na Faculdade de Educação (FE) da USP constatou que, apesar do crescimento do uso da internet pelos jovens, a educação pública não acompanhou esta evolução. “Com tantas mudanças no mundo, o currículo das escolas não se alterou”, revela a professora Juliana Santos Albach, autora do estudo. Ela entrevistou cerca de 25 alunos do último ano do ensino fundamental de uma escola em São Paulo para chegar às conclusões do trabalho.
Todos os estudantes analisados contaram que usam a internet corriqueiramente em suas vidas. Os professores conhecem esse fato, mas o currículo das escolas não atenta para isso: as tarefas não têm orientação para a pesquisa na rede. A instituição de ensino não se prepara para propor ou receber trabalhos utilizando essa ferramenta.
O uso da internet para auxiliar em pesquisas para a escola é unânime entre os alunos entrevistados. Existe, porém, uma visão geral entre eles de que os trabalhos não são aproveitados. “Eles acham que estes trabalhos vão para o lixo”, conta Juliana. Por falta de orientação e retorno, as tarefas escolares acabam ficando sem significado.
Os alunos contaram que não existe problematização do tema dentro da sala de aula. “Ninguém discute o assunto”, conta a pesquisadora. “O currículo escolar é estático”, ressalta. A pesquisa, intitulada Os usos que os jovens fazem da internet: relações com a escola, procurou exatamente tornar a questão pauta do debate acadêmico, embora não dê proposições para uma possível reforma do currículo. Ela foi orientada na dissertação de mestrado pelo professor Jaime Francisco Parreira Cordeiro.
Recomendações

Alguns estudantes revelaram que a Wikipédia chega a ser recomendada por alguns professores como fonte de pesquisa. Isso demonstra que as possibilidades da internet não foram totalmente compreendidas, visto que a ideia de se pesquisar em uma enciclopédia, como se fazia antes do advento dessa ferramenta, ainda é utilizada. Essa forma de pesquisa é apenas uma reconstrução do mesmo método usado há muito tempo em outra plataforma.
Aparentemente, ao menos na fala dos alunos, há uma falta de orientações e recomendações para a execução dos trabalhos requeridos, fazendo com que os alunos criem critérios próprios para fazer trabalhos usando a internet. Ações como checagem de informações em mais de um site e procura por termos bem específicos em sites de busca apareceram nas falas dos alunos como formas de tornar as pesquisas mais precisas.
“Essas maneiras de pesquisa parecem não ser aprendidas formalmente”, constata, porém, a professora. “Pelo que percebi, os critérios parecem ser intuitivos”, complementa. Após o uso constante da ferramenta, os estudantes, por conta própria, aprendem uma forma de pesquisa que parece ser mais segura. Existe uma aula de informática onde esse tipo de competência deveria ser abordada, mas, no âmbito da investigação não se pode perceber se esta aula contribui para a aprendizagem dos procedimentos que os alunos utilizam.
De acordo com as entrevistas, o que é cobrado pelos professores é que os trabalhos não sejam simplesmente copiados de sites. Os alunos têm de parafrasear, juntar ou resumir as informações obtidas, porém sem orientação específica para isso. Para Juliana, essas questões trazem problemas e “o currículo escolar precisa se remodelar”. O objetivo da pesquisadora é, em uma tese de doutorado futura, discutir o tema sob o ponto de vista dos professores.

31 de outubro de 2012 às 8:45 | Por Cheyenne Cavalcanti

Fonte: exame.abril.com.br
Acessado em: 31/10/2012 as 09:57
Disponível em: http://www.monqi.com.br/blog/curriculo-escolar-deve-levar-em-conta-uso-da-internet/

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

As (des)vantagens da tecnologia como ferramenta pedagógica


No lugar de quadro e pincel, projetor multimídia e slides. Cadernos e lápis? São frequentemente substituídos por tablets ou smartphones. Já está ficando para trás a realidade analógica das salas de aula, cada vez mais equipadas com aparatos tecnológicos, tanto pelos professores quanto pelos alunos. A onda digital tende a impulsionar o processo de ensino-aprendizagem, mas é preciso alguns cuidados para a aliada não se transformar em vilã.
Professor de geografia há 15 anos, Anderson Leineker precisou se adaptar à realidade da nova geração de alunos, conhecida como Y ou geração da internet. Eles já não se satisfazem apenas com livros didáticos ilustrados por alguns mapas, é preciso interação e movimento. “Alguns alunos digitam a aula em editores de texto no seu smartphone ou tablet”, comenta o professor.
Outros, porém, optam por tirar fotos do quadro ou esperar pelo e-mail do professor com os slides das aulas. Este é o caso da fera de odontologia Milena Monteiro, de 17 anos. “É ótimo porque a gente não precisa ficar perdendo tempo copiando o que tem no quadro e presta mais atenção ao que o professor fala”, explica.
Toda semana o professor Aderbal Araújo publica no seu Facebook dois ou três artigos de revistas científicas ou pesquisas recentes na sua área. Além disso, ele adianta gabarito de prova, tira dúvidas, resolve problemas e sugere leituras. “É uma forma de usar o FB como ferramenta de informação boa e não só como distração e entretenimento”, alerta o professor de biologia. Essa é, na verdade, a maior preocupação tanto dos docentes, quanto dos próprios alunos.
Candidata a uma vaga no curso de direito, Eliane Goes, 17, tem iPhone, usa todas as redes sociais e, mais frequentemente, o aplicativo Whatsapp, para conversa instantânea. Ela afirma que evita usar essas ferramentas durante a aula para não ficar dispersa. “Você acaba não prestando atenção na aula”, admite.
Embora reconheça a tentação de conferir as atualizações do seu Facebook sempre que entra na rede social, Eliana procura focar nas postagens dos amigos de turma e professores sobre o assunto que vai cair na prova e dicas de conteúdo.
Milena concorda com a amiga: “A gente tira a atenção para o estudo, pois quando entra no computador, acaba vendo outras coisas e esquece do resto”, completa a vestibulanda. O professor Aderbal conclui que o caso não é abrir mão das redes sociais, já que podem ser utilizadas para fins pedagógicos, mas ser objetivo em suas buscas na internet. “O jovem tem que estar focado no que quer e se concentrar. Se for disperso vai sair do foco que é muito comum entre os adolescentes”, acrescenta Aderbal.
Um outro cuidado levantado pelo docente é com relação às referências dos sites acessados para pesquisa. “Os feras têm que ter cautela com as fontes. A gente procura indicar sites confiáveis, mas muitas vezes eles procuram por conta própria”, alerta. Ele comemora quando os alunos avançam nas pesquisas: “muitas vezes eles trazem até considerações que nós desconhecíamos”.
Fonte: ne10.uol.com.br

Acessado em 11/10/2012 as 21:00
Disponível em http://www.monqi.com.br/blog/as-desvantagens-da-tecnologia-como-ferramenta-pedagogica/

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

DIA DOS PROFESSORES


“Professores devem reaprender a aprender”

O professor americano Will Richardson percebeu, em sua rotina de sala de aula, que havia alguma coisa mudando naquele espaço de aprendizagem. O ano era 2001 e ele dava aula de inglês para o ensino médio em escolas norte-americanas. Nessa década que se passou, as tecnologias foram entrando no universo educacional, ele começou a escrever sobre o assunto e, entre idas e vindas de conversas com professores pelo país, sua suspeita só se confirmou: essa aflição não era só sua. Foi aí que percebeu que o primeiro passo para os professores se adequarem aos novos formatos de educação era fazer com que eles reaprendessem a aprender e, para isso, era fundamental que eles se organizassem em redes.
“Esse é um dos desafios mais interessantes que temos hoje: como é que ajudamos os professores a entender o que está acontecendo fora das escolas e os deixamos aptos para preparar as crianças para essa realidade?”, pergunta o especialista, que já tem uma dica de qual seja a resposta. “Os professores têm que construir suas próprias redes e se tornar responsáveis pelo seu aprendizado, assim como se espera que os alunos façam”, afirma Richardson, que há seis anos vêm capacitando professores por meio do programa Powerful Learning Practice.
Na capacitação que dá para os professores, Richardson reúne professores em comunidades virtuais e em algumas atividades presenciais ao longo do ano letivo. Ele procura fazer desse ambiente virtual um espaço compreensivo em que os professores possam compartilhar experiências, ansiedades e expectativas e, de quebra, se apropriar das funcionalidades da internet. “Tentamos fazer com que os professores se sintam confortáveis com o ambiente on-line, dividam seus medos, sejam transparentes, conversem. Mas leva tempo”, afirma o especialista, que procura usar o canal que criou para mostrar exemplos do que é possível fazer e falar sobre a educação do século 21. O programa, diz ele, tem sido procurado por escolas públicas e particulares, que inscrevem parte do seu corpo docente para participar da capacitação. As atividades são compartilhadas em um blog e parte das discussões que esses educadores promovem podem ser acessadas pelo site.
Preparar os professores para uma nova realidade de educação, em que há muito mais conhecimento disponível na palma da mão em um smartphone do que nas bibliotecas de muitas escolas, é apenas parte da solução. Richardson diz que a própria escola precisa mudar radicalmente. Tanto defende que lançou, no mês passado, o livro Why School?, (Por que Escola?, em livre tradução), cuja versão digital em inglês está disponível na Amazon por US$ 2,99. “Não é que não queiramos a escola. Não queremos essa escola. Tudo precisa ser repensado: currículo, design, infraestrutura”, diz
O argumento de Richardson é que entregar o conhecimento pronto, encaixotado, hoje não faz mais sentido. O que se espera é que o currículo seja reflexivo, baseado muito mais em perguntas que não necessariamente se sabe a resposta – “porque é isso que elas vão encontrar na vida”. “As crianças demandam diferentes tipos de aprendizado, diferentes tipo de alfabetizações”, diz o educador, que ressalta a importância de que os alunos recebam uma espécie de alfabetização em rede (livre tradução para network literacy), em que aprendam segurança na web, como e onde pesquisar, o que se pode ou não fazer em ambiente virtual.
Quanto à estrutura das escolas, Richardson diz que o ideal é que os espaços fossem redesenhados porque sala de aula, quadro negro e carteira já não fazem mais sentido. “É preciso ter muito mais espaços colaborativos de trabalho, acesso a materiais multimídia. Não acho que possamos fazer como fazemos hoje, quando os alunos ficam trancados 45 minutos em uma sala, depois têm outra aula de 45 minutos. Temos que dar uma bagunçada nisso.”
Richardson vai estar em São Paulo entre 19 e 21 janeiro, compartilhando suas ideias no evento Innovate 2013 – Reimaginating School, promovido pela Graded, escola americana de São Paulo. Segundo a organização, a intenção do encontro, que vai reunir profissionais do Brasil e dos EUA, é debater sobre a escola que mais bem serve e inspira os estudantes de hoje. As inscrições estão abertas e os valores já podem ser consultados.

Fonte: porvir.org
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Acessado em 10/10/2012 as 07:30

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Conta de luz deve ficar 10% mais barata para consumidor doméstico



A última versão do plano de redução do custo de energia elétrica, que deve ser anunciado em setembro, prevê um corte médio de 20% nas contas das indústrias e de 10% nas dos consumidores domésticos.
A medida ainda não está totalmente fechada porque o governo ainda calcula se poderá abrir mão da receita de tributos que seriam cortados para reduzir o custo.
A avaliação final deve acontecer após o fechamento do projeto do Orçamento da União, que será enviado ao Congresso no final do mês.
A presidente Dilma aposta na medida para dar novo fôlego à economia e garantir, no próximo ano, um crescimento de pelo menos 4%.
A redução da tarifa passaria a valer em 2013 e atenderia a uma das maiores reclamações do empresariado, que aponta um preço maior da eletricidade brasileira em relação ao que pagam concorrentes em outros países.
Setores de uso intensivo de energia, como o de alumínio, chegaram a cogitar reduzir de tamanho no país.
Esses devem ser os mais beneficiados com a mudança. Segundo a Folha apurou, a redução vai variar de acordo com a tensão elétrica, garantindo cortes maiores para os setores de uso intensivo.
Plano
O plano começou a ser elaborado depois de uma reunião, no início do ano, entre a presidente e um grupo de grandes empresários, na qual Dilma prometeu baixar o custo da energia no país.
Além da retirada de encargos federais que encarecem o custo de eletricidade, a redução da tarifa deve vir por meio de negociação com as atuais concessionárias de usinas hidrelétricas.
Os contratos vencem em 2015 e, pela lei atual, elas iriam a um novo leilão. O governo vai, porém, permitir nova renovação das concessões, desde que as empresas hoje donas das usinas aceitem reduzir a tarifa.
O argumento é o de que a totalidade dos investimentos já foi paga, o que reduz o custo das empresas à operação e manutenção das usinas.
A medida provisória que tratará do tema vai garantir que a renovação das concessões já aconteça no próximo ano, para que os efeitos da redução do preço sejam repassados a empresários e consumidores em 2013.
Em relação aos encargos, o governo já fechou questão na retirada de três deles: a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis), a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e a RGR (Reserva Global de Reversão). Outros podem ser incluídos no pacote.
Folha de SP
Acessado  em  29/08/2012

terça-feira, 28 de agosto de 2012

PROFESSORES VÃO AO SENADO PEDIR SUSPENSÃO DA REFORMA ORTOGRÁFICA


Os professores Pasquale Cipro Neto e Ernani Pimentel estiveram no Senado para pedir a suspensão da reforma ortográfica, resultado de um acordo firmado em 1990 entre todos os países de língua portuguesa.
O acordo foi assinado pelos países que tinham o português como língua oficial: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste (que não era independente à época), Brasil e Portugal. As mudanças trazidas pelo acordo --como a ausência de acento na palavra "ideia"-- já são aplicadas aqui desde 2009, em período de "acomodação" que deve durar até o final deste ano.
Para os professores, o conteúdo do acordo é de difícil aplicação por ser "ilógico" e contraditório. Eles condenaram também a forma como o acordo está sendo implantado no país e apontaram várias divergências entre as novas regras e o que está disposto no VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), elaborado pela Academia Brasileira de Letras e usado como referência para verificar a grafia das palavras.
Os professores querem que a adoção obrigatória do acordo no Brasil --que ocorre em janeiro do ano que vem-- seja suspensa. Dessa forma, haveria mais tempo para discutir mudanças no conteúdo, inclusive com os outros países signatários. "Como nós vamos costurar todo o imbróglio decorrente da adoção estapafúrdia dessa reforma ortográfica?", questionou Cipro Neto.
A não-adesão de países como Angola e Moçambique e a baixa aceitação de Portugal, que só recentemente sancionou a lei que tornou o acordo obrigatório no país, também foram citadas como problemas do acordo. Até 2015 os portugueses estarão em período de acomodação, mas segundo Cipro Neto lá também existe a intenção de rever o texto.
Pimentel, idealizador do movimento "Acordar Melhor" (que pede mudanças no acordo) criticou duramente a ABL. "É a segunda vez que a academia é convidada para esse debate e não comparece. Isso mostra um comportamento adequado à época do autoritarismo, uma posição aristocrática. Eles não vieram porque não têm argumentos para justificar esse acordo que está aí", afirmou.
Apenas no século 20, foram feitas nove reformas da língua portuguesa. Cipro Neto afirmou que a audiência dessa quarta "foi um primeiro passo", mas que uma eventual "reforma da reforma" não será fácil.
"Reforma ortográfica é como uma garrafa pet, leva muito tempo para ser deglutida. É preciso ter muito cuidado quando se coloca em vigor uma reforma, ela precisa ser muito bem feita para que não haja problemas como esses que temos hoje", afirmou.
A ABL, por meio da assessoria, informou que o feito pela comissão do Senado era pessoal a Evanildo Cavalcante Bechara, tesoureiro da academia. Como ele está em viagem, não pôde comparecer à audiência pública. Quanto às divergências apontadas por Cipro Neto e Pimentel, a assessoria da ABL informou que apenas Bechara poderia se pronunciar sobre a questão
Fonte: Folha de S. Paulo
Acessado  em  28/08/2012

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Programa do MEC para alfabetizar alunos de até 8 anos vai investir na formação de professores


Deve entrar em funcionamento, no ano que vem, o Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), do Ministério da Educação (MEC). Segundo o secretário de Educação Básica da pasta, Cesar Callegari, na próxima semana o ministério enviará uma correspondência a todos os prefeitos e governadores explicando os detalhes do programa, que pretende garantir a alfabetização de todos os alunos até os 8 anos de idade tendo como principal foco a melhora na formação dos professores que lecionam nos três primeiros anos do ensino fundamental.
“O Ministério da Educação está decidido a trabalhar de maneira colaborativa com cada um dos municípios e estados brasileiros para que nós possamos realizar essa tarefa, absolutamente indispensável para o sistema educacional brasileiro”, ressaltou Callegari para uma plateia composta de secretários municipais de todo país no Fórum Nacional Extraordinário dos Dirigentes Municipais de Educação.
O foco da iniciativa é melhorar a formação dos 244 mil professores que lecionam no três primeiros anos do ensino fundamental. Entre as ações previstas está a distribuição de bolsas de incentivo para que os professores participem de cursos de capacitação fora do horário de trabalho.“É absolutamente indispensável valorizar esses profissionais. E a melhor maneira de valorizar esses profissionais é proporcionando um lugar de destaque na suas carreiras e um processo de formação continuada”, disse o secretário.
Callegari espera que todos os gestores municipais e estaduais enviem as demandas necessárias para a execução do programa até julho para que os recursos necessários sejam incluídos no orçamento de 2013.
Fonte: Agência Brasil
Acessado em 23 de maio de 2012 em http://ead.faccat.br/portal/blog/programa-do-mec-para-alfabetizar-alunos-ate-os-8-anos-vai-investir-na-formacao-de-professores/


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Sobre o salário do professor: piso mínimo e qualidade da educação


Sobre o salário do professor: piso mínimo e qualidade da educação.
piso salarial do professor é, hoje, de R$ 1.451,00 para quem trabalha 40 horas. Ou seja: as prefeituras e governos em geral, têm que pagar, no mínimo, apenas 1.451 reais para um professor que seja contratado por 40 horas.
Celebrou-se como uma conquista, mas continua sendo uma vergonha, apesar do “especialista” em educação ioschpe ver – com os óculos de um empresário – que “A partir da década de 90, ocorreu um aumento substancial de salário nas regiões mais pobres do Brasil, mas não houve melhoria na qualidade do ensino” [É da revista (não)veja, então, se você tem estômago fraco, não leia).
Já escrevi aqui que governadores vêm pedindo para que este piso não aumente. Segundo esta notícia, o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), havia pedido ao presidente da Câmara para votar projeto de lei que diminuía o piso. Mas, hoje, o site daSecretaria de Educação da Bahia disse que o governo vai cumprir a lei:
Apesar disso, o fato é que mesmo este piso – que ainda não deve ser totalmente cumprido pelo Brasil adentro – é uma merreca que reflete a desimportância que se dá à educação.
Para se ter uma ideia, um professor ou professora que receba este glorioso piso salarial não paga nem imposto de renda. É considerado pobre o suficiente para que o governo não raspe uma lasca de sua “renda”.
Ora, a educação é feita, basicamente, da interação entre aluno e professor!
O nosso aluno – especialmente nós que damos aula em escola pública – é carente de uma série de coisas, necessitando de atenção, dedicação, trabalho árduo, repetições, aprofundamentos, ajudas especiais.
O professor, para dar conta, tem que ser especialista em sua área de ensino, mas, para além disso, tem que saber como dar aula para seu público (não, não é nem fácil nem tão óbvio), tem que saber como repassar conhecimentos, como fazer estudar quem não quer estudar, entender de relações interpessoais, um pouco de psicologia, sociologia, antropologia, tem que pensar e repensar, fazer e refazer suas aulas permanentemente, saber diferenciar dentre diversas turmas e inúmeros alunos a maneira como cada um tem condições de aprender – sim, porque uma aula para uma turma não atinge a todos e a mesma aula pode ser totalmente ineficaz em uma outra turma.
Então, a base de uma boa educação é um professor competente e contente com o trabalho, bem pago, com tempo, calma e estrutura para trabalhar.
É só isso? Não, mas começa por aí e não se pode tentar fazer algo mais sem isso. Paulo Freire já dizia:
“Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.
E eu digo: Se apenas investir nos professores não muda a educação, sem investir nos professores não se muda a educação.
Simples assim:
Salário decente, compatível com a formação e a responsabilidade do cargo. Os salários de professores universitários, apesar de já defasados, servem como uma boa base. Ora, temos no ensino básico muito mais dificuldades e responsabilidades, por que ganhar menos?
Tempo e calma adequados ao trabalho – contratação para uma só escola, no mínimo metade do tempo para aula e metade para planejamento e pesquisas. Não dá pra trabalhar em 4 escolas e fazer um ótimo trabalho em todas elas! Novamente, a forma de trabalho de um professor universitário serve de base.
Estrutura de trabalho decente nas escolas – salas de aulas decentes, materiais necessários, dentre outros.
Fora disso, pode-se fazer de tudo, que é jogar dinheiro fora. É dizer que investe-se em educação, mas, na verdade, gasta-se (ou lava-se) dinheiro com a educação.
Veja este artigo:
Investir mais em educação não garante resultados melhores – Relatório do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) indica que investimento alto nos professores garante bom ensino – (…) Outro dos fatores cruciais detectados pela OCDE é que os países com os melhores resultados nas provas trianuais sobre compreensão de texto, Matemática e Ciências Naturais são aqueles que mais investem em seus professores. Os docentes do ensino médio da Coreia do Sul e de Hong Kong, ambos com excelentes resultados nas provas Pisa, ganham “mais que o dobro do Produto Interno Bruto (PIB) per capita médio em seus respectivos países”. “Em geral, os países que alcançam bons resultados no Pisa atraem os melhores estudantes à profissão de professores e lhes oferecem salários mais altos e um grande status profissional”, indicou a OCDE. (FONTE)
Toma, Ioschpe, “especialista” em educação! Finge que tá passando mal e sai da mídia!
Abraços,
Declev Reynier Dib-Ferreira
Professor

Acessado em: 12/04/2012 as 07:55

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Curso Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC (100h)


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O curso é destinado à professores e gestores.
O objetivo do curso é promover a inclusão digital dos professores e alunos das escolas de educação básica e comunidade escolar em geral e dinamizar e qualificar os processos de ensino e aprendizagem com vistas à melhoria da qualidade da educação básica.
As inscrições serão realizadas nas escolas: Anízio Teixeira da Silva, Professora Bernadete Teixeira e Benedita Figueiró de Oliveira (pólo e extensão), por favor, procurem a direção de cada escola.

Obersevação: para quem interessar segue link para a inscrição, tem baixar, preencher e entregar na escola e/ou para o tutor Jose Cicero.



domingo, 5 de fevereiro de 2012

Ministério distribuirá tablets a professores do ensino médio


Quinta-feira, 02 de fevereiro de 2012 - 21:21

O Ministério da Educação vai investir cerca de R$ 150 milhões neste ano para a compra de 600 mil tablets para uso dos professores do ensino médio de escolas públicas federais, estaduais e municipais. De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, os equipamentos serão doados às escolas e entregues no segundo semestre.

O objetivo do projeto Educação Digital – Política para computadores interativos e tablets, anunciado pelo ministro Mercadante nesta quinta-feira, 2, é oferecer instrumentos e formação aos professores e gestores das escolas públicas para o uso intensivo das tecnologias de informação e comunicação (TICs) no processo de ensino e aprendizagem.

Para o ministro, o mundo evolui em direção a uma sociedade do conhecimento e a escola tem que acompanhar esse processo. “É muito importante que a gente construa uma estratégia sólida para que a escola possa formar, preparar essa nova geração para o uso de tecnologias da informação”, disse. Segundo o ministro, esse é um processo e o governo federal quer acelerar, sem atropelos. “É evidente que a tecnologia não é um objetivo em si, nada substitui a relação professor-aluno.”

A tecnologia, afirmou, vai ser tão mais eficiente quanto maiores forem os cuidados pedagógicos e quanto maior for o envolvimento dos professores no processo. “Estamos definindo que, na educação, a inclusão digital começa pelo professor.”

O projeto compreende o computador interativo - equipamento desenvolvido pelo MEC, que reúne projeção, computador, microfone, DVD, lousa e acesso à internet, e o tablet. Os computadores interativos já foram distribuídos para as escolas do ensino médio e no segundo semestre chegam os tablets. Esses tablets serão nos modelos de 7 ou 10 polegadas, bateria com duração de 6 horas, colorido, peso abaixo de 700 gramas, tela multitoque, câmera e microfone para trabalho multimídia, saída de vídeo, conteúdos pré-instalados, entre outras características.

Aos computadores serão integradas as lousas eletrônicas, compostas de caneta e receptor. Acopladas ao computador interativo (equipamento com computador e projetor, ofertado pelo MEC aos estados e municípios), permitirão ao professor trabalhar os conteúdos disponíveis em uma parede ou quadro rígido, sem a necessidade de manuseio do teclado ou do computador.

Além de enviar equipamentos, o MEC oferece cursos de formação aos professores. Segundo Mercadante, mais de 300 mil professores já fizeram o curso do ProInfo, e agora os 600 mil que lecionam no ensino médio terão à disposição um curso de 360 horas para trabalhar com as novas mídias. A qualificação será feita pela rede de formadores do ProInfo, que já trabalha com especialistas de universidades públicas.

Fundamental
- Pelo cronograma do projeto Educação Digital, assim que for concluída a entrega de tablets para as escolas do ensino médio, terá início a distribuição para os estabelecimentos do ensino fundamental que oferecem os anos finais e a seguir para os anos iniciais. Foram pré-requisitos para definir por onde começar a distribuição de tablets: ser escola urbana de ensino médio, ter internet banda larga, laboratório do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) e rede sem fio (wi-fi).

Conforme o ministro da Educação, com a entrega de novas tecnologias da informação, professores e escolas públicas vão poder combinar esses instrumentos com as demais mídias. Ele citou o Portal do Professor, que é um dos espaços mais consultados pela categoria e que ainda pode e deve ser ampliado. Hoje, disse, estão disponíveis no portal 15 mil aulas criadas por educadores e aprovadas por um comitê editorial do MEC. Mercadante anunciou que vai lançar editais e constituir um comitê nacional para selecionar e recomendar as melhores aulas que estarão disponíveis para todos os professores.

Ionice Lorenzoni

Disponivel em: Portal do MEC
Acessado em: 05/02/2012